Não há mais tempo, Jesus está voltando.

Obrigado, por visitar este modesto blog, que está se somando a outros, na pregação das mensagens proféticas para o nosso tempo. Certamente, já é hora de despetarmos do sono, os últimos acontecimento nos mostram isso. Se continuarmos dormindo, pagaremos muito caro por não atendermos aos apelos que Jesus está nos fazendo. Como adventistas do 7° Dia, precisamos sair de nossa mornidão, que infelizmente, está nos afastando de Jesus e impedindo o verdadeiro derramamento da chuva serôdia. Precisamos também, sair de cima do muro, abdicar com urgencia, da justiça própria e aceitar de todo o coração, a justiça de Cristo. Antes de falar para os outros, precisamos deixar de querer ser deus do próprio "EU". Vamos morrer para o eu e deixar somente Jesus reinar no nosso coração? Quando deixarmos de sermos mornos, sairmos da mornidão e morrermos para o "EU", Jesus reinará no nosso coração e então receberemos a porção dobrada do Espírito Santo em toda a Sua plenitude e inspirados por Ele, pregaremos a terceira mensagem angélica e então, outras pessoas unir-se-ão a nós na verdadeira adoração a Deus e conosco, respeitarão a soberania e a autoridade de Deus em todo o universo. Unir-se-ão a nós na guarda de todos os mandamentos de Deus, inclusive o Sábado, por amor a Deus, que intregou, seu Divino Filho para morrer como resgate pelos nossos pecados. Conosco sentirão prazer em ser selados com o carimbo da autoridade de Deus em todo o universo, a verdadeira guarda do Sábado bíblico, como um ato de fé e amor a Jesus por sua morte na cruz e pelo seu ministério sumosacerdotal, em nosso favor no Santuário de Deus que está no Céu. Que Deus esteja no controle do nosso viver diário e que Ele nos dirija na verdadeira adoração a Ele. Amém!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Questão de Paulo ‘Tornar-se Como’ ou ‘Ser Como’



O Mito do Paulo-Livre-da-Lei Permanece
Entre Cristãos e Judeus


(The Myth of the 'Law-Free' Paul Standing
Between Christians and Jews)

[Excerto]


Mark D. Nanos


Rockhurst University

Traduzido por César B. Rien

A Questão de Paulo ‘Tornar-se Como’ ou ‘Ser Como’

Enquanto o consenso esmagador aceita que Paulo era contra guardar as
normas dietéticas judaicas em Antioquia, alguns intérpretes reconhecem que a lógica
do argumento de Paulo em 1ª Coríntios transmite tanto que ele desaprovava o
comer da comida que se sabia ser idolátrica, quanto o fato de que ele próprio não
comia comida idolátrica, por exemplo, quando evangelizando entre os idólatras.48
A
minha própria pesquisa fortalece este segundo caso.49
Os "débeis" ou "prejudicados",
em 1ª Coríntios 8-10, provavelmente não são seguidores de Cristo, mas politeístas
(pagãos), aqueles que ainda praticam ritos idolátricos como uma questão de
princípio. "Eles" são "alguns" que necessitam deste conhecimento do Deus Único,
que até agora estavam acostumados a comer comida idolátrica sem sentir que não é
correto fazer assim (v. 7), diferentemente do público de Paulo, que é o "nós" que
conhecemos o Deus Único e que "tem o conhecimento" que essas estátuas não
representam deuses reais (8:1-6). E por que fariam diferente, se eles não são seguidores
de Cristo, mas idólatras?

48 Peter J. Tomson, Paul and the Jewish Law: Halakha in the Letters of the Apostle to the
Gentiles, CRINT (Assen and Minneapolis: Van Gorcum and Fortress Press, 1990); Peter
David Gooch, Dangerous Food: I Corinthians 8-10 in its Context, SCJ 5 (Waterloo, Ontario:
Wilfrid Laurier University Press, 1993); Alex T. Cheung, Idol Food in Corinth: Jewish Background
and Pauline Legacy, JSNT Sup 176 (Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999);
John Fotopoulos, Food Offered to Idols in Roman Corinth: A Social-rhetorical Reconsideration
of 1 Corinthians 8:1-11:1, WUNT 2.151 (Tübingen: Mohr Siebeck, 2003).
49 "Polytheist Identity"; "Paul's Relationship to Torah in Light of His Strategy 'to Become
Everything to Everyone' (1 Corinthians 9:19-23)," Interdisciplinary Academic Seminar: New
Perspectives on Paul and the Jews, Katholieke Universiteit, Leuven, Belgium, September 1415,
2009, estabelece este caso de modo detalhado.



A questão levantada pelos coríntios seguidores de Cristo é se eles podem
comer a comida que era ou tinha sido sacrificada a ídolos. Eles raciocinam que
desde que eles não mais acreditam que esses ídolos representam deuses e
senhores, a comida oferecida a eles não tem nenhuma santidade. Comer comida
relacionada aos ídolos com indiferença teria a vantagem de testemunhar as suas
convicções do Evangelho e, ao mesmo tempo, não causaria ofensa aos seus vizinhos
politeístas. A retirada de todos os contextos onde era servida e de onde era
comprada no mercado, em contraste, seria parecida com um suicídio social, como
se residissem à parte do mundo. Como eles deveriam viver quando praticamente
cada compromisso social e a maior parte da comida disponível para refeições implicavam
alguma associação com a idolatria da sua família, vizinhos e companheiros
de trabalho politeístas, e com a vida cívica em geral?

Contudo, Paulo vê as coisas de um ponto de vista judaico fundamentado
na Torá, e evita a lógica do apelo deles para comer a comida idolátrica. O seu
raciocínio provavelmente os surpreendeu, já que os israelitas sustentavam há muito
tempo que os ídolos eram meramente estátuas, que não deviam ser construídas.
Aqueles que adoravam os deuses através dos "ídolos" eram considerados como
sendo mal-guiados, no mínimo. Mas ele não segue a idéia de que se pode participar
com indiferença em ritos idolátricos ou até comer a comida que tinha sido usada em
qualquer desses ritos, inclusive quando mais tarde estava disponível no mercado.
Melhor, ela deve ser evitada como se estivesse infectada com poderes que
procuram rivalizar com Deus e prejudicar Seu povo.50
Portanto, Paulo sustenta que
antes que testemunhar aos seus vizinhos politeístas, comer dessa comida idolátrica
pode servir de escândalo para eles, levando-os a continuar na idolatria sob a
impressão de que a fé em Cristo sanciona tal comportamento. Eles permanecerão
ignorantes sobre a proposição do Deus Único, que está no coração da confissão
deste subgrupo judaico, a comunidade da fé em Cristo.

50 Paradoxalmente, a Escritura não banaliza os ídolos como deuses sem sentido e
proscritos como demoníacos e perigosos para os que estão em Aliança com o Deus Único
(e.g., compare Deu. 32:21 com vv. 16-17; Isa. 8:19 e 19:3 com os capítulos 40 e 44; cf. Wis
13—16; ver também Sal. 106:36-39; 1 Enoque 19; Jubileus 11.4-6); outros deuses, e
senhores são implicitamente reconhecidos a existir, apesar de serem menores do que oDeus de Israel, e eles não devem ser honrados pelos israelitas (Êxo. 15:11; 20:2-6; 22:28;
Deu. 4:19; 29:26; 32:8-9; Sal. 82:1; Miquéias 4:5; Tiago 2:19); imagens de outros deusesdevem ser destruídas na terra de Israel (Êxo. 23:24; Deu. 7:5). Ver Tomson, Paul, 151-77,
208-20; Cheung, Idol Food, 39-81, 152-64, 300-1.



Mas, por quê Paulo não dá uma resposta direta e diz que a Torá ensina
que o "conhecimento" sobre Cristo é não comer alimentos idólatras? Porque o seu
público-alvo não é composto por judeus, assim, eles não estão sob a Torá, nos
mesmos termos que os israelitas. O entendimento de Paulo sobre a lógica da
verdade é que Deus é Um e é o Deus Único de Israel, e que o Evangelho o
constrange a tal ponto. Assim, ele inicia 1ª Coríntios 8 com os primeiros princípios.
Ele concorda com os seguidores de Cristo que "sabem" que não existe tal coisa
como os deuses e senhores que essas estátuas representam (v. 4). No entanto, ele
acrescenta, como parte de seu apelo lógico para o Shemá -a proclamação para
Israel, e para os gentios crentes em Cristo também -que há coisas como outros
deuses e senhores, a quem ele vai identificar como demônios (v. 5; 10:20-21).
Então, ele escreve no equilíbrio do capítulo 8, que, porque alguns não têm esse
conhecimento, sendo "fracos/prejudicados", o "conhecedor" deve abster-se de comportar-
se como se todas as coisas relacionadas aos ídolos fossem consideradas
profanas. Fazer isso irá prejudicar os "fracos" politeístas, pois pensam que essas
coisas são sagradas para os deuses e senhores aos quais são dedicados. Esse
comportamento não enviaria a mensagem para esses "prejudicados", ainda não-
crentes em Cristo "irmãos pelos quais Cristo morreu" (8:11-12, cf. Rom. 5:6-10), que
eles, juntamente com os seguidores de Cristo e todos os israelitas, se abstenham de
tal comportamento e voltem para o Deus Único e sem igual.51


Após uma digressão no capítulo 9, para explicar o próprio auto-sacrifício
no modo de viver, inclusive como ele adapta sua retórica a cada grupo que procura
ganhar, Paulo move o argumento contra o comer alimentos oferecidos aos ídolos até
a etapa seguinte no capítulo 10. Evitando até certo ponto o apelo direto às injunções
da Torá, ele invoca exemplos da Torá para deixar claro que aquele que come à me


51 Cf. Nanos, "Polytheist Identity," para uma discussão aprofundada da lógica para a
compreensão dos “irmãos” asthenes ( "fracos/prejudicados") como os idólatras não-crentes
em Cristo, e da preocupação da carta em ganhá-los para Cristo. Note que os pais da Igreja
continuaram agindo conforme esse entendimento da construção de estranhos como
parentes. Inácio (final do 1º, início do 2º séc.) convida seus destinatários a orar por pessoas
de fora da igreja, e de se comportarem como "irmãos/irmãs [adelphoi]" para eles, tal como
expresso através da imitação como Cristo viveu humildemente com o seu próximo, incluindo
a escolha de ser injustiçado, apesar do erro deles (Eph. 10; cf. Mart. Pol. 1.2). E embora
Crisóstomo (final do 4º séc.) entendesse o prejudicado em 1ª Cor. 8—10 sendo os
seguidores de Cristo, ele sustentava que os cristãos da base socioeconômica no seu próprio
público deveriam considerar como irmão o colega de classe social mais do que o da elite ou
rico (Cor. 117 [Homily XX]). Para exemplos não-cristãos da preocupação com os de fora do
próprio grupo filosófico, ver Epictetus, Diatr. 1.9.4-6; 1.13.4, sobre os Cínicos em particular,
Diatr. 3. 22.81-82; Marcus Aurelius, 2.1; 7.22; 9.22-23.



sa do Senhor não pode também comer à mesa de outros deuses, assim chamados
demônios. Em outras palavras, ele admite que há poderes associados aos ídolos,
minando a concessão teórica com a qual ele iniciou este argumento que,
aparentemente, compartilhava a premissa dos gentios crentes em Cristo de que não
havia nenhuma coisa tal como outros deuses e senhores. Assim, apesar do fato de
Deus ter feito todas as coisas para serem comidas com a oração de santificação,
nem todas as coisas podem ser comidas. A pureza não é inerente à comida, mas
imputada pelo mandamento de Deus. Qualquer comida que se sabe ser comida
idolátrica, se disponível no mercado, ou oferecida na casa de um anfitrião, não pode
ser consumi-da. Os crentes em Cristo, como os israelitas bíblicos, devem abandonar
a idolatria, tanto por sua própria causa como por causa dos seus vizinhos
politeístas, seus irmãos e irmãs na Criação, aos quais Deus em Cristo procura remir
através deles.

Paulo não permitiu o comer alimentos sabidamente idolátricos, e não há
nenhuma indicação de que ele próprio alguma vez os comeu. As provas mostram o
contrário. Além disso, o ensino da igreja primitiva por séculos consistiu em que os
cristãos não deviam consumir a comida idolátrica, em parte, baseado na sua leitura
deste texto.52
O argumento de Paulo, inclusive aquele contido em 1ª Cor. 9:19-22,
confirma que o seu público sabia que ele era não só alguém que não comeria tal
comida, mas também alguém que esperava que eles agissem da mesma forma. Assim,
embora eles soubessem que ele era praticante da Torá, quando havia estado
entre eles em Corinto, a sua questão é um protesto pelo custo a sua vida cívica
causado por Paulo negar esta comida para eles como gentios. Eles sabiam que
pelos termos definidos na própria proclamação de Paulo da verdade do Evangelho,
ele entendia que eles permaneciam não-judeus e não estavam sujeitos à Torá.

Em Gál. 9:19-22, Paulo declara que para ganhar os judeus ele "se tornou
como um judeu," para ganhar os "debaixo de nomos" (lei/Aliança/Torá?) ele "tornou-

52 Acts 15:20, 29; 21:25; Rev 2:14, 19-20; Didache 6.3; Ignatius, Magn. 8—10; Pliny, Letters
10.96; Aristides, Apology 15.4; 12; Justin, Dial. 34.8; 35.1-2; Tertullian, Apol. 9.13-14; Cor.
10.4-7; 11.3; Spect. 13.2-4; Jejun. 2.4; 15.5; Mon. 5.3; Clement, Strom. 4.15.97.3; Tomson,
Paul, 177-86; Gooch, Dangerous Food, 122-27, 131-33; Cheung, Idol Food, 165-295; David
Moshe Freidenreich, "Foreign Food: A Comparatively-enriched Analysis of Jewish, Christian,
and Islamic Law" (PhD Thesis: Columbia University, 2006), 123-41. Barnabas 10.9, pode
sugerir um primeiro grupo que comia qualquer coisa, mas não é específico sobre a comida
idolátrica; e ver Tertuliano, Apol. 42.1-5.



se como alguém debaixo de nomos," mas também para ganhar o sem-lei ele "se tor
nou como um sem-lei" (anomos), e para ganhar o "fraco" ele "tornou-se fraco", que
são entendidos como inseguros na sua liberdade em Cristo, e então evitam comer a
comida idolátrica.53
Esta afirmação tem sido universalmente compreeendida como
significando que Paulo considera a observância da Torá, inclusive o valor da própria
identidade judaica, como sendo só uma questão de conveniência evangélica. Aquela
interpretação, que com objetivos analíticos pode ser chamada "a adaptabilidade do
estilo de vida," depende da compreensão da motivação para "tornei-me como"
(egenomen hos) os membros de cada um dos vários grupos, para significar a
motivação para "eu imitar a conduta" de cada um deles.

Na visão de consenso, Paulo não compartilha com os vários grupos as
verdades da proposição, mas ele simplesmente copia certos aspectos do seu
comportamento, presumivelmente, para ganhar uma audiência entre eles fazendo-os
(erradamente) supor que ele poderia compartilhar de fato as suas convicções. Isto
aplica-se a tal conduta como comer conforme a Torá, quando com aqueles que
comem haláquicamente, e sem consideração à Torá, quando com aqueles que não
comem segundo as normas dietéticas judaicas. Em outras palavras, Paulo não se
"torna" de fato nem "torna-se como" cada grupo por ele referido, mas, em vez disso,
simplesmente "finge na superfície viver como" eles quando está entre cada um
deles. Então, ele abandona aquela conduta e vive como os outros quando entre
eles. Mas há outro modo de entender o argumento de Paulo, aqui, que evita implicar
que ele é indiferente à Torá como também que ele comprometia sua moralidade
atribuindo-lhe uma estratégia do tipo "troca-isca" [ou vira-casaca*].

Ao invés de sugerir que ele se relaciona com cada pessoa ou grupo imitando
seu estilo de vida, proponho que, ao invés disso, Paulo está se referindo a sua
estratégia retórica para persuadi-los. Seu "tornar-se como" não significa "comportarse
como," mas sim "argumentando como", ou "raciocinando como". Ele emprega
uma estratégia de "adaptabilidade retórica", amplamente acolhida na tradição filosó


53 Não está claro como a referência a esses "sob a lei" difere de "judeus", por exemplo.
Talvez ele se refira a prosélitos ou aos que representam as normas mais rigorosas, como
fariseus, alternativamente, pode referir-se a estar sob as leis ou convenções Romanas ou
outras. Do mesmo modo, não está claro se anomos refere-se a judeus sem-lei (talvez não-
praticantes), bem como para os não-judeus, ou somente para não-judeus, como se ele
tivesse escrito xoris nomos ( "sem-lei"). Veja o meu "Paul's Relationship to Torah" e "Paul
and Judaism."



fica de seu tempo, na qual um orador começa com as premissas daqueles a quem
procura persuadir, tendo ou não, em última análise, a intenção de destruir essas
premissas.54
Era o método de Sócrates, e ainda é empregada como um dos melhores
métodos para ensinar aos alunos. Rotineiramente, Paulo começa com verdades
proposicionais de seu público, seja para compartilhá-los, como faz com os judeus
e aqueles que são cumpridores da Torá, ou não, como nos casos daqueles
que ele chama sem-lei, ou os fracos que se dedicam à idolatria como uma questão
de convicção. Ele não se comporta como eles, mas argumenta de forma a adaptar-
se ao pensamento proposicional de cada grupo, que ele procura persuadir ao
Evangelho.

Assim, também aqui, ele se aproxima do conhecimento em Corinto sobre

o alimento idólatra, parecendo confirmar as premissas com as quais ele discorda, a
fim de levá-los a conclusões diferentes daquelas que eles tinham planejado.
Lucas descreve Paulo pregando aos filósofos, em Atenas, justamente
desta forma (Atos 17:16-34). Paulo começa a partir da premissa deles de que existe
um "Deus desconhecido", a quem dedicaram uma estátua. Paulo não começa
declarando que não existe tal coisa como deuses politeístas, mas baseia-se na
(errada) convicção deles de que este "ídolo" simboliza um deus. Então, ele declara a
identidade daquele Deus como sendo realmente o Deus de Israel. Em seguida, ele
passa a informá-los que este Deus não aprova a construção de estátuas de Si
mesmo, ou de qualquer outro suposto deus ou senhor. Paulo não faz essa crítica
óbvia no início de seu discurso, mas ela torna-se transparente à medida que ele se
move para sua conclusão de que o Deus de Israel é o único Deus Criador de toda a
humanidade. Desta forma, Paulo "tornou-se como" um idólatra para ganhar os
idólatras. Ele não se conduziu idolatricamente nem imitou a conduta idólatra,
pelo contrário, ele permanece como um judeu praticante da Torá enquanto
discute a partir das premissas dos politeístas aos quais procura persuadir.

Minha leitura não só evita a caracterização negativa de Paulo e seus
métodos como intencionalmente enganosos, que compromete de forma questionável

54 W. B. Stanford, The Ulysses Theme: A Study in the Adaptability of a Traditional Hero
(Dallas: Spring Publications, 1992), 90-101.



sua retidão, verdade e justiça, mas também desafia a noção de longa data de que 1ª
Coríntios 8-10 mostra claramente que Paulo é por definição livre-da-Torá. Em vez
disso, demonstro que ele é cumpridor da Torá e que ele constrói seus argumentos
assumindo que seu público está ciente deste fato. Intérpretes subsequentes,
supondo que seus contemporâneos compartilhavam o entendimento posterior que
Paulo fosse livre-da-Torá, não só terminaram por descaracterizá-lo, mas também
perderam a essência de seu ensino.

[Texto extraído das páginas 25 a 30 do estudo mencionado no título inicial. *A
observação entre colchetes foi acrescentada pelo tradutor.]

Advogado fala sobre relação entre guardadores do sabado e direitos legais




[Brasília, DF] Os adventistas do sétimo dia e outros guardadores do sábado costumam enfrentar dificuldades, em muitas circunstâncias, relacionadas à observância do sétimo dia em função de concursos públicos, provas e exames de vestibular marcados nesta data. A saída, muitas vezes, começa com um bom diálogo. Sobre este assunto, a reportagem da Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou com o diretor jurídico da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, bacharel Luigi Braga, a respeito do assunto.

ASN – Qual a orientação que a Assessoria Jurídica da Divisão dá às pessoas que observam o sábado como dia de repouso e se deparam com concursos, provas e exames marcados para este dia?
Luigi Braga – O primeiro passo é uma boa conversa com o responsável pelo que irá acontecer no sábado em busca de alteração da data ou alguma medida especial alternativa. Se não for atendido, é necessário um pedido formal e por escrito. Em caso negativo, também, o ideal é juntar todos os documentos e buscar uma medida judicial para assegurar o direito. Em todas as etapas, assessoria jurídica é essencial. Para isso, cada campo (associação ou missão) da Igreja Adventista pode dar a consultoria com seus respectivos advogados, que já possuem bastante experiência no assunto.

ASN – Legislações estaduais e federal dão algum tipo de amparo aos observadores do sábado ou não?
Luigi Braga – Há muitas leis estaduais que reservam o direito dos sabatistas, todavia, há muitos questionamentos sobre a constitucionalidade das mesmas e muita discussão também sobre a abrangência delas. Temos algumas leis em tramitação no Congresso Nacional e outras sendo discutidas no STF (Supremo Tribunal Federal). Mas a grande garantia ainda é a Constituição Federal que assegura a liberdade religiosa. Estamos trabalhando em duas frentes: uma em busca de uma lei federal clara sobre o tema e outra em obter um pronunciamento claro e direto do Supremo Tribunal Federal sobre o alcance dos dispositivos da Constituição sobre o tema. De uma forma ou de outra, Deus proporcionará um avanço na luta pela guarda do dia de Sábado.

ASN – Existem alguns casos em que houve possibilidade de mudança da data ou, então, a pessoa que observa o sábado conseguiu autorização para fazer a prova, exame ou concurso em outro horário?
Luigi Braga – Muitos casos sejam através de pleitos administrativos ou judiciais. Nossas estatísticas de vitórias são uma bênção! Nosso desafio atualmente é o concurso público do MPU (Ministério Público da União). Muitos adventistas estão inscritos e vamos buscar a mudança de data ou uma medida alternativa. Que Deus possa prover mais esta porta para os adventistas que possuem o ideal de fidelidade no dia de adoração ocupar cargos importantes no Brasil.


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Cumprimento Antitípico das festas do Outono




CUMPRIMENTO ANTITÍPICO DAS FESTAS DO OUTONO


Por César B. Rien

Apocalipse 1:10, no aramaico, contém a expressão YOMÁ D'KHAD'
BSÁBA (manuscrito Crowford), que traduzido é: "primeiro do sétimo". João não
estava se referindo ao primeiro dia da semana, como erradamente consta em
algumas Bíblias, onde se faz traduzir como domingo.

Tampouco se refere ao Dia do Juízo, como a tradução grega KURIOS
HEMERA induz a pensar. Mas também não era o Sábado, como a tradução DIA DO
SENHOR pode induzir. Quem traduziu essa expressão aramaica para o grego não
tinha noção de como a estrutura literária do Apocalipse está totalmente montada
sobre o significado profético das Festas do Outono, porque são elas que apontam
para o 2º Advento do Redentor Jesus Cristo.

"Primeiro do sétimo" é melhor traduzido como sendo o 1º dia do 7º mês,
que é o Dia das Trombetas (YOM TERUÁ). Ali, Jesus está fazendo a demonstração
a João de como o Dia das Trombetas se cumpre nEle, motivo pelo qual Sua voz soa
aos ouvidos de João como uma TROMBETA (Apo. 1:10 e 4:1). Não esqueçamos
que os tipos proféticos das Festas do Senhor de Lev. 23 sempre apontam para o
Messias de Israel (Jesus) e Sua Obra Salvífica. Assim, então, ao aparecer em visão
a João no DIA DAS TROMBETAS, o Senhor Jesus está demonstrando para Seu
Povo de que forma essa festa profética se cumpre nEle. Esse é o cumprimentocristológico do Dia das Trombetas, porque o YOM TERUÁ é a primeira das Festas
do Outono. Desta forma, o Salvador ressurreto e glorificado, tendo reassumido todas
as prerrogativas de Sua Divindade, mostra-nos, através do relato de João, que no
Dia das Trombetas antitípico foi dado início ao cumprimento do signficado profético
dessa festa prefigurativa. O YOM TERUÁ inaugura o período do JUÍZO
ESCATOLÓGICO, que vai do dia 1º do 7º mês (TISHRI) até o dia 10 (YOM KIPUR)
desse mesmo mês do calendário religioso judaico. Assim, o Juízo é inaugurado noDIA DAS TROMBETAS e é consumado no YOM KIPUR (DIA DA EXPIAÇÃO),
quando será fechada a Porta da Graça.

Isso não significa que o Juízo escatológico tenha acabado 10 dias após a
visão dada a João. Nada disso! Ali, na Ilha de Patmos, no Dia das Trombetas
daquele ano, foi inaugurado o início do período do Juízo escatológico. Por esse
motivo, o Apocalipse nos mostra a existência de SETE TROMBETAS que anunciama aproximação inexorável do DIA DO JUÍZO FINAL. Como há um período de 7
meses entre a Páscoa e a Festa dos Tabernáculos e como Deus ordenou a Moisés
que fizesse soar a trombeta no início de cada mês (lua nova), assim as SETE
TROMBETAS do Apocalipse assinalam o período de transição entre os eventos
ocorridos por ocasião do 1º ADVENTO e os eventos que apontam para o 2º
ADVENTO. Portanto, a sétima trombeta deve soar no 7º mês, sendo que o 1º dia
desse mês é o DIA DAS TROMBETAS. Leiamos o que Sir Isaac Newton afirma
sobre isso:

"Então a sétima trombeta anuncia o Dia do Juízo." (in As Profecias do
Apocalipse e o Livro de Daniel -As Raízes do Código da Bíblia, 1ª Edição Integral
em Língua Portuguesa, Editora Pensamento, São Paulo, 2008, pág. 194.)

Esse grande cientista completou sua obra científica até os 24 anos de
idade, passando, após, a dedicar o restante de sua vida ao estudo de Daniel e



Apocalipse. Passados quase 2000 anos da visão em Patmos, estamos aguardando
a finalização desse período, que ocorrerá infalivelmente no Dia do Perdão (Dia da
Expiação), com o fechamento da Porta da Graça, dando início às 7 últimas pragas,
as quais representam a inauguração da execução da sentença desse Juízo sobre os
ímpios, por haverem rejeitado a Salvação pela Graça e a Justificação mediante a fé
em Cristo, comprados para nós pelo Sangue de Jesus. Leiamos, agora, a explicação
do Rabino André Chouraqui sobre o Dia da Expiação:

"Yom kipur, o Dia das Expiações, dez dias depois [do yom Teruá], constitui

o grande sabá do ano -um jejum austero que prefigura o Juízo de Deus." (in Os
Homens da Bíblia, Editora Schwarcz Ltda., RJ, 1990, p. 128).
A Salvação é pela Graça, mediante a fé, mas o critério do Juízo são as
obras (1ª Ped. 1:17 e Apo. 22:12), porque elas revelam o caráter do crente (Ecl.
12:13-14). Por tal motivo, os que aceitam a Justificação pela Fé e a Redenção
Eterna são vistos no Apocalipse com vestiduras brancas, pois lavaram o caráter e o
alvejaram no Sangue do Cordeiro, ou seja, aceitaram a Graça dos efeitos salvíficos
do Sangue de Jesus derramado em favor deles na Cruz do Calvário (1ª João 1:7,
Heb. 9:14 e 10:22, Apo. 7;14 e 22:14).

Para eles, a Festa dos Tabernáculos (Apo. 7:9-15) representa a
apropriação do galardão que o Senhor Jesus lhes concederá como recompensa pela
fidelidade e pela obediência, apontados no Apocalipse como "os que guardam os
mandamentos de Deus e têm a Fé de Jesus" (Apo. 14:12). Nessa festa é celebradaa Remissão (=REDENÇÃO ETERNA), em cumprimento à ordenança da Torá (Deu.

31:10 e 12). Leiamos uma interpretação teológica da menção que o Profeta Zacarias
faz a essa festa:
"Zacarias 14:16-19 olha para uma celebração escatológica da Festa dos
Tabernáculos. Tempo virá quando todos os gentios se juntarão a Israel participando
neste festival e adorarão a Deus... Zacarias defende a idéia de que os gentios têm
que se identificar com Israel em sua libertação e peregrinação." (Garret, Duane A. in
Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology, published by Baker Book House
Company, Grand Rapids, Michigan, USA. Topic: Feasts and Festivals of Israel.)

Ora, todos cremos que Zacarias foi inspirado por Deus ao escrever seu
livro. Portanto, Zacarias está expressando a Vontade de Deus no sentido de que nós
gentios façamos como Israel e também celebremos a Festa dos Tabernáculos em
nossas congregações. A interpretação teológica, acima, está plenamente afinada
com o fato de que antes do 2º Advento é essencial ocorrer a restauração de todas
as coisas (Atos 3:20-21). Paulo explica isso melhor em Rom. 11:11-29. Esse plano
está sendo sabotado pelo inimigo de Cristo, que leva os crentes a imaginar que
"tudo foi abolido na cruz", para contradizer a afirmação do próprio Jesus quando
afirmou:

"Não penseis que Eu vim abolir a Torá, não vim para abolir, mas para
cumprir. Em verdade vos digo que não passará um "i" ou um "til" da Torá até que
tudo se cumpra" (Mat. 5:17-19).

A cena de triunfo sobre o mal está registrada em Apo. 7:9-15, onde a
multidão é vista com folhas de palmeiras nas mãos celebrando a Festa dos
Tabernáculos diante do Trono do Cordeiro (comparar com Lev. 23:40, no que se



refere ao uso das folhas de palmeiras). O cientista Sir Isaac Newton, mais uma vez,
vem para nos ajudar:

"Os sete dias dessa festa eram chamados a Festa dos Tabernáculos.
Nesse período, os filhos de Israel habitavam em tendas e se regozijavam com folhas
de palmeiras nas mãos. A isso alude a grande multidão (...) com palmas nas mãos
(Apo. 7:9) e que aparece depois de selados os 144 mil..." (op. cit., pág. 218).

E ainda:

"Pois a solenidade do grande Hosana era realizada pelos judeus no
sétimo e último dia da Festa dos Tabernáculos. Naquele dia, os judeus levavam
palmas nas mãos, cantando Hosana." (idem, pág. 191).

E mais:

"O Templo é o cenário das visões, e as visões no Templo (Santuário)
estão relacionadas às festas do sétimo mês, pois as festas dos judeus eram
tipologias das coisas por vir. A Páscoa referia-se à Primeira Vinda de Cristo, e as
festas do sétimo mês referem-se a Sua Segunda Vinda. Como Sua Primeira Vinda
ocorreu muito tempo antes desta profecia ter sido feita, há aqui [no Apocalipse]
referências apenas às festas do sétimo mês." (ibidem, pág. 183/184).

Quem não se aprofunda em conhecer a Torá pensa que a afirmação de
que os salvos carregam palmas nas mãos se refere à flor palma. Isso é
simplesmente uma distorção do verdadeiro significado, porque as folhas de palmeira
simbolizam a vitória final de Cristo e dos salvos ao mesmo tempo que celebram a
realeza de YHWH. Deste modo, o Apocalipse deixa muito claro que o cumprimento
da tipologia das Festas do Outono ainda vai se cumprir em nosso futuro. Ora, se
ainda não se cumpriu, como pode, então, ter sido abolido? A menção à palavra
Tabernáculo, em Apo. 7:15, dá prova do cumprimento escatológico dessa festa.
Então ela não foi abolida por Jesus, apesar da insistência de alguns.

Vemos, assim, que a função do Apocalipse é fazer a demonstração do
cumprimento antitípico da tipologia das Festas do Outono, porque são elas que
apontam para o Glorioso 2º Advento do Messias de Israel, o nosso amoroso e
bendito Salvador Jesus Cristo. Portanto, as Festas do Outono estão em plena
vigência para os cristãos e através do Profeta Zacarias o Senhor Jesus nos orienta a
observarmos essa festividade assim como Israel o faz. Infelizmente, porém,
preferimos ouvir explicações filosóficas para desculpar nossa negligência em
cumprir este mandamento de Deus, o qual o Senhor Jesus não aboliu. Assim a
obediência de nós requerida pelo Pai, como sinal de nosso amor a Ele em resposta
a Sua Graça Maravilhosa acaba ficando prejudicada, como o inimigo gosta. É
lamentável isso! Meditemos nessas impressionantes cenas do Apocalipse.
MARANATA!

As festas proféticas e a Igreja de Cristo



AS FESTAS PROFÉTICAS E A IGREJA DE CRISTO

Por César B. Rien

Primeiramente, vamos esclarecer sobre o uso de diferentes palavras no
grego para significar Lei. Na verdade, todas essas palavras significam a mesma
coisa: Torá. A tradução do grego para idiomas modernos é que traduziu Torá como
lei. Mas vamos às palavras: NOMOS = TORÁ, flexionada em NOMOI, é o plural(leis), flexionada em NOMOU = da TORÁ (da lei), flexionada em NOMON = a TORÁ
(a lei). Ex.: UPO NOMON = sob a TORÁ (sob a lei). Na verdade, a Bíblia não faz
distinção entre Lei Cerimonial, Leis Civis, Leis Dietéticas, Leis Morais. Tudo ficasubentendido dentro da palavra TORÁ.

Por quê a TORÁ foi dada a Israel? Para ensinar o Povo de Deus a como
fazer para manter um relacionamento com Ele. Deus havia libertado Seu Povo da
escravidão no Egito unicamente por Sua Graça. O povo não havia feito
absolutamente nada para merecer isso. A TORÁ, então, tem a finalidade de ensinar
ao povo como responder de forma jovial e voluntária a essa Graça Maravilhosa. E a
obediência aos preceitos e a fidelidade à Aliança eram as formas de como o povo
devia retribuir em amor ao seu Libertador, e de como manter e sustentar esse
relacionamento.

Quem fez, então, a distinção entre lei e lei? Certamente foram os teólogos
que fizeram essa distinção, unicamente para fins didáticos, porque na Bíblia não
existe essa distinção. Por quê a Bíblia não faz essa distinção? Porque o Novo
Testamento não tem a finalidade de abolir a Torá, nem os livros sapienciais (Salmos,
Provérbios, Eclesiastes), nem veio para abolir os livros dos profetas. Na verdade, os
Apóstolos de Cristo são totalmente dependentes do Antigo Testamento para
transmitir para nós o ensino de como praticar corretamente a Torá. O próprio Jesus
nunca deixou de usar a Torá e os Salmos e os Profetas em Seus ensinos.

Precisamos remover de nossa mente a idéia errada de que Jesus veio
para destruir o Antigo Testamento e para inventar algo novo. Ele nunca fez isso. Se
Jesus tivesse abolido o Antigo Testamento ou a Torá, os Apóstolos não poderiam
usar esses textos para embasar o ensino à igreja. O Evangelho que deve ser
pregado a todas as nações é chamado de Evangelho Eterno, no Apocalipse (Apo.
14:6). Então, esse Evangelho Eterno não é algo que foi inventado por Jesus ou que
surgiu a partir do 1º Advento. O Evangelho Eterno é algo que existe desde antes da
fundação do Mundo, quando Jesus e o Pai esboçaram o Plano da Salvação,
antecipando-se à queda do homem, antes de Adão ser criado. Esse Evangelho jáestava esboçado na TORÁ.

O que havia sido predito por Jeremias (Jer. 31:31-33) era a necessidade
de uma Aliança Renovada. Não era, portanto, uma “outra” Aliança, mas a mesma,
apenas que Renovada em Jesus, o Messias de Israel. Por que renová-la? Porque o
Povo de Deus falhou em cumprir sua parte nos quesitos da Aliança. O povo se
desviou de Deus para a idolatria, a misericórdia foi removida da prática religiosa e
esta tornou-se mera formalidade com rituais que perderam seu verdadeiro
significado. Ora, quando o povo falhou em cumprir os termos da Aliança foi o mesmo
que rejeitarem a Deus, porque a Aliança é o contrato de casamento entre Deus e
Seu Povo. Esse casamento desgastou-se devido à infidelidade do povo, e o



relacionamento entre o povo e Deus simplesmente deixou de ser aquilo para o qual
Deus os havia chamado. Contudo, Deus sempre permaneceu, permanece e
permanecerá fiel a Sua Aliança. Deus mesmo, prevendo tudo isso, prometeu através
de Jeremias que Ele traria uma Aliança Renovada para resgatar o relacionamento
que se havia deteriorado e perdido. Deus sempre toma a iniciativa, porque o ser
humano nunca compreende os profundos propósitos de Deus, a ponto de impedir
que os demais povos e nações conhecessem esse Deus Vivo e Sua intenção de
abençoar e salvar todos os povos.

Essa intenção foi dada por meio dos profetas, mas os sacerdotes e o povo
não conseguiam mais perceber esse santo propósito. Portanto, era necessário
mudar a forma de relacionamento. Assim como a lua nova é a mesma lua e não
outra, a Aliança Renovada não é outra, mas a mesma, porém, renovada. Então, amesma TORÁ permanece e as leis ainda são as mesmas. O que seria novo nessa
Aliança Renovada? A novidade seria a mudança na forma de relacionamento.

Até o 1º Advento, a forma de relacionamento necessitava que o pecador
confessasse seus pecados sobre a cabeça de um cordeiro e o apresentasse ao
sacerdote humano para ser oferecido em holocausto. Essa era a forma de
relacionamento que se havia deteriorado e que precisava ser mudada. Havia
necessidade não mais de muitos sacerdotes humanos e mortais, mas de um único
Mediador Divino-humano e Imortal; não mais sacrifícios ineficazes de animais,
porque não podiam purificar a consciência, mas, sim, de um Único e Perfeito
Sacrifício; não mais de um santuário terrestre, mas, sim, de um Santuário Celestial.

Havia uma outra novidade nessa Aliança Renovada. O pecador
arrependido receberia a ação santificadora do Espírito Santo para purificar sua
consciência, bem como para escrever a Torá de Deus não mais em pedra, couro ou
papel, mas nas mentes e corações das pessoas que decidissem tornar-se parte do
Povo de Deus. Israel ainda é a oliveira verdadeira, e os gentios que aceitam a Jesus
como seu Mediador e Redentor pessoal passam a ser enxertados nessa oliveira
(Rom. 11:17-21). Deus nunca rejeitou os judeus, porque Ele é sempre fiel a Sua
Aliança (Sal. 89:34; Rom. 11:26-29).

Assim, então, a partir do Advento do Messias de Israel, Jesus Cristo
tornou-Se Sacerdote e Sacrifício ao mesmo tempo, porque já havia sido nomeado
pelo Pai como Mediador e Sumo Sacerdote, não da ordem sacerdotal humana e
pecadora de Arão, mas segundo a ordem sacerdotal prefigurada por Melquisedeque.
Por esse motivo, a Bíblia não contém a genealogia de Melquisedeque, nem registra
sua morte, para que ele não tendo início e nem fim pudesse prefigurar o Eterno
Sumo Sacerdote Jesus. Após a Ressurreição, Jesus foi entronizado no Santuário
Celestial, onde exerce Seu Ministério Sumo Sacerdotal, vivendo sempre para
interceder por nós. Cada vez que um pecador se arrepende e confessa seus
pecados, Jesus o cobre com Sua Graça Salvadora e o Justifica diante da Lei (Torá),
concedendo-lhe o perdão, a purificação da consciência, a renovação da vida e
concede-lhe o Espírito Santo para que o arrependido abomine o mal e deseje uma
vida de pureza e santidade, espelhando-se sempre no Mestre Jesus, que disse:

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor;
assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no Seu
amor permaneço...” – João 15:10.

Deste modo, a Aliança Renovada produziu uma nova forma de relaciona




mento para anular todas as falhas do Povo de Deus no passado, para que nunca
mais o povo quebrasse a Aliança como seus pais fizeram. Agora podemos ter
confiança em nosso Sumo Sacerdote e Mediador Jesus, porque o Espírito Santo nos
assiste em obedecer aos mandamentos para não quebrarmos a Aliança. Porém, se
alguém pecar, “temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1ª João 2:1-2).
Desta forma é possível, então, manter a mesma TORÁ, os mesmos mandamentos,
estatutos e juízos, sem a necessidade de voltarmos ao sacrifício de animais, porque
a Aliança permanece a mesma, tendo, apenas, sido Renovada em Cristo Jesus.

Por consequência, as Festas Proféticas de Levíticos 23 também não
foram abolidas e ainda devem ser observadas. Não basta, apenas, observar o
Sábado e imaginar que cumpriu a obrigação para com a Torá (Lei). Há um propósito
divino insondável na observância dessas santas Festas do Senhor. Isso ficou muito
evidente no cumprimento antitípico das Festas da Primavera, quando elas se
cumpriram no 1º ADVENTO. Jesus foi sacrificado no dia e hora em que o cordeiro
pascal era sacrificado, permaneceu na tumba durante o 1º dia dos pães ázimos,
ressuscitou no DIA DAS PRIMÍCIAS e concedeu a Plenitude do Espírito no DIA DE
PENTECOSTES. Ora, se o Apocalipse nos mostra que as Festas do Outono serão
cumpridas no futuro, então essas festas não foram abolidas e estão em plena
vigência para a era dos gentios (Apo. 7:9-15). O Profeta Zacarias nos mostra
claramente que é a Vontade de Deus que os povos gentílicos celebrem a Festa dosTabernáculos (Zac. 14:16-19). A ordenança para assim fazermos está na TORÁ
(Deu. 31:10 e 12).

Não mais é preciso ir a Jerusalém, como diz o profeta. Na ocasião em que
a profecia foi dada a Zacarias ainda existia o Templo terrestre, e era, então,
importante os gentios irem a Jerusalém. Contudo, agora que não há mais um templo
terrestre, e, sim, um Santuário Celestial, podemos celebrar as Festas do Senhor em
nossa própria congregação. Até mesmo as Festas da Primavera devem ser
celebradas. Vejamos o porquê.

Para fins didáticos, diremos que as festas têm várias funções importantes:
a função sacrifical, a função profética, a função memorial, a função espiritual (relacionamento
com o Criador e Mantenedor da vida), a função social (congraçamento
fraterno entre os membros da Aliança, para fortalecimento mútuo dos laços de
camaradagem), etc. Por ocasião do 1º ADVENTO, a função sacrifical foi cumprida
por Cristo de forma perfeita e única, não havendo mais a necessidade de oferendas
infindáveis de animais em holocausto. Essa função foi cumprida definitivamente de
uma vez por todas, para todas as festas, para o Sábado e para o sacrifício contínuo.
O sacrifício de Jesus foi perfeito e suficiente para todos. Leiamos o seguinte
comentário:

“O sangue derramado quando as oblações eram oferecidas apontava ao
sacrifício do Cordeiro de Deus. Todas as ofertas típicas tiveram nEle o seu
cumprimento.” (Parábolas de Jesus, pág. 126).

E, ainda:

“A lei ritual, com seus sacrifícios e ordenanças, devia ser cumprida pelos
hebreus até que o tipo encontrasse o antítipo, na morte de Cristo, o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo. Então cessariam todas as ofertas sacrificais.
Foi esta a lei que Cristo ‘tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.’ Colossenses
2:14.” (Patriarcas e Profetas, pág. 379).



Também foi cumprida a função profética das FESTAS DA PRIMAVERA.
Essas festas, agora, não são mais profecias, nunca mais irão cumprir-se novamente
no futuro, porque a tipologia que elas continham apontava para CRISTO e foram
plenamente consumadas em Seu 1º ADVENTO.

Porém, a FUNÇÃO MEMORIAL não foi abolida e nunca será extinta, porque
ela é estatuto perpétuo. A função memorial da Páscoa estava ligada aos eventos
do Êxodo do Egito somente. A partir de Jesus a função memorial da Páscoa foiampliada, para abranger os eventos relativos à REDENÇÃO da raça humana no que
se refere à escravidão ao pecado. Na ceia pascal, Jesus mesmo ordenou: “fazei istoem MEMÓRIA DE MIM.” E o Apóstolo Paulo acrescentou:

“Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice
anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.” (1ª Cor. 11:26).

O Sábado tem algumas funções semelhantes, porém o Santo Sábado não
cumpre a função memorial de cada festa, porque o Sábado é um Memorial da
Criação e da Redenção, mas não é um memorial dos outros eventos do Plano da
Redenção que são representados pelas demais Festas do Senhor. Tanto é verdade
que o Sábado não extinguiu a função memorial da Páscoa, que Paulo reforçou anecessidade de celebração da Páscoa em memória do sacrifício de Jesus, ATÉ
QUE ELE VENHA. Assim é que cada festa deve cumprir sozinha sua própria função
memorial, devendo ser celebradas sempre no seu próprio TEMPO DETERMINADO
(Lev. 23:4).

O Novo Testamento contém muitas evidências de que a Igreja Primitiva
celebrava as Festas do Senhor. Por exemplo, muitos anos após a morte, ressurreição
e ascenção de CRISTO o Apóstolo Paulo celebrava essas festas (ex.: Pentecostes,
em Atos 20:6 e 16; 1ª Cor. 16:8). Em Atos 27:9, estando ele em alto mar, mencionou
a passagem do Yom Kipur (Dia do Perdão/Expiação). Ali consta apenas a
palavra jejum, porém, a única festa religiosa judaica que obriga ao jejum é o Yom
Kipur. A Bíblia de Jerusalém contém o seguinte comentário de rodapé:

“e) Outro nome da festa da Expiação, único dia de jejum prescrito pela
Lei [Torá] (Lev. 16:29-31). Celebrava-se em setembro, perto do equinócio do outono
europeu.”

Em 1ª Cor. 5:7-8, Paulo ordena que os crentes celebrem a Páscoa:

“Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como sois de
fato sem fermento. Pois, também Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado. Por
isso celebremos a festa…”

Pena que a maioria das denominações espiritualiza tudo e usa a filosofia
greco-romana para interpretar isso como sendo uma alusão à Santa Ceia, em
qualquer dia, e não à Páscoa judaica. Quem for bem intencionado, conseguirá
perceber que se trata da Páscoa judaica.

Além de Paulo, também há menção às festas na Epístola de Judas:

“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de
fraternidade…” (Judas 12).



Novamente, aqui, precisamos ler com sinceridade de coração e perceber
que não se trata apenas da Páscoa, mas de todas as Festas do Senhor (Lev. 23).
Os Apóstolos de Cristo obedeciam à Torá e celebravam todas as festas proféticas,
porque nem Jesus nem eles cogitavam de abolir essas celebrações. Jesus não
aboliu o Sábado, mas também não aboliu as Festas do Senhor. Leiamos o seguinte
comentário sobre o concílio de Atos 15:

“Ali deviam eles encontrar-se com delegados das diversas igrejas e com
os que viessem para assistir às festas anuais.” (História da Redenção, pág. 305).

Cego é quem não quer ver. Este comentário reconhece que os crentes da
Igreja Primitiva celebravam as festas anuais de Levíticos 23. A novidade da Aliança
Renovada é que não mais necessitamos sacrificar animais, porque Jesus ofereceu
um sacrifício perfeito e suficiente, nem precisamos ir até Jerusalém para celebrar as
festas, porque não há mais um templo terrestre.

Aprendamos um pouco mais com Sir Isaac Newton:

“Os assuntos da igreja começam a ser considerados na abertura do quinto
selo… Então, ela é representada por uma mulher no Santuário Celestial, vestida
com o Sol da Justiça, com a lua das cerimônias judaicas sob seus pés e sobre
sua cabeça uma coroa com doze estrelas relativas aos doze Apóstolos e às doze
tribos de Israel. Quando ela voou do Santuário para o deserto, deixou no Santuário o
restante da sua semente, os que guardam os Mandamentos de Deus e têm o
Testemunho de Jesus Cristo. Antes de seu vôo ela representava a verdadeira igreja
primitiva de Deus, para depois degenerar como Oolá e Oolibá…” (in As Profecias do
Apocalipse e o Livro de Daniel – As Raízes do Código da Bíblia, 1ª Edição Integral
em Língua Portuguesa, Editora Pensamento, São Paulo, 2008).

A igreja primitiva da qual o cientista fala é a Igreja Apostólica. É importante notar que
a lua sob os pés da mulher representa todo o cerimonial judaico, que é regido, claro,
pelo calendário judaico. Nesse calendário, os meses são iniciados na lua nova. Na
Torá, em Lev. 23, Moisés relacionou as festas proféticas, que contêm a tipologia
prefigurativa do Plano da Redenção. Ele afirma que elas são “festas do Senhor”, e
devem ser celebradas no tempo determinado (v. 4). Se a mulher representa a igreja
e a lua representa o calendário cerimonial judaico, então isso significa que a igreja
precisa estar embasada nesse calendário para ser reconhecida como o Povo do
Altíssimo, “os que guardam os Mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo.
14:12).

O cumprimento da tipologia das Festas da Primavera, no 1º Advento, dá
prova irrefutável de que essas festas são, na verdade, a agenda do Santuário
Celestial. É por meio das festas proféticas que Jesus nos revela cada passo
importante do Seu Plano da Redenção, que Ele vai desdobrando de forma
progressiva em cada geração, para que mais e mais verdades sejam compreendidas
e ensinadas ao Seu Povo, para que eles não pereçam por falta de conhecimento.
Amém!

Imaginem só o que seria de nós se os Apóstolos de Cristo desprezassem
a Aliança, não obedecessem aos estatutos, não celebrassem as festas e não
estivessem todos reunidos no mesmo lugar para receber a Plenitude do Espírito
Santo no Dia de Pentecostes!

Á obediência como resposta á grça de Deus



A OBEDIÊNCIA COMO RESPOSTA À GRAÇA DE DEUS

Por César B. Rien

Nesta época de ciência e racionalidade, o homem se afasta cada vez mais
do seu Criador. A obediência a Deus tornou-se algo descartável. Porém, nos planos
de Deus, a obediência ainda é essencial. Para entendermos o assunto, primeiro
precisamos entender a Aliança. Para esse fim, vou transcrever a explicação de um
estudioso cristão:

“Deus fez seis Alianças com o Homem: a Aliança Noética, a Abraâmica, a
Mosaica, a Israelita, a Davídica e a Renovada. E nenhuma das Alianças prévias foi
cumprida em nós, contudo, Deus ordenou que Seu povo guardasse Suas Alianças, e
cada Aliança tinha seus benefícios peculiares. Na Aliança Noética, por exemplo,
Deus prometeu ao homem que Ele não destruiria a Terra novamente (Gen. 9:9). Na
Abraâmica, Deus prometeu a Abraão uma Aliança Eterna – uma terra específica
(Gen. 15:18), a terra de Israel da qual Ele mesmo fixou as fronteiras. Na AliançaMosaica (Êxo. 19:5), Deus deu ao Seu povo, Israel, a Torá na qual Ele escreveu as
fronteiras éticas. Na quarta Aliança (Deu. 28-30), Deus advertiu Israel sobre as
bênçãos e maldições que emergem da Aliança Mosaica. Na Aliança Davídica, a
quinta Aliança, Deus prometeu ao Rei Davi um Reino Eterno sob o governo do Rei
Yeshua (Jesus).

...

“A estratégia de Deus é restaurar o Jardim do Éden com um ‘segundo
Adão’, o Noivo que se casa com uma ‘segunda Eva’ – sua Noiva... Os dois reinarão
como Rei e Rainha sobre um Reino Eterno, um reino sediado numa terra onde a
Sua ordem moral agora governa suprema. A Aliança Noética fornece a segurança
dentro daquela ordem. Como sua Noiva, nós já não devemos nos interessar pela
destruição futura, a auto-aniquilação. A Aliança de Noé está agora em vigor sobre a
Terra. Não há mais medo de o homem destruir seu vizinho. O que os políticos não
puderam oferecer (paz na Terra) a Aliança Renovada oferece e cumpre. A Aliança
Abraâmica dá ao Rei e à Rainha uma terra. A Aliança Israelita oferece as bênçãos
da paz e da prosperidade. A Aliança Mosaica fornece as fronteiras morais do Seu
Reino com a lei e a ordem. E, finalmente, a Aliança Davídica promete ao Rei e à
Rainha um Reino que desta vez é eterno, porque nunca passará.”

...

... As bênçãos e benefícios anteriores não podem ser espiritualizados. A
natureza destas Alianças restauradas não permitirá isso. Jesus Cristo morreu na
cruz para restaurar estas cinco Alianças. E os benefícios das Alianças são tanto
temporais quanto espirituais.

...

De acordo com Jeremias 31:31-37, Heb. 10:16,17 e Romanos 11, como
crentes em Jesus Cristo, nós nos tornamos ‘cidadãos de Israel’ enxertados na
árvore judaica de Romanos 11. Novamente – esta não é uma Aliança ‘nova’. É um
compêndio das cinco Alianças anteriores.

Porém, é nova no sentido de uma coisa que é completamente
desconhecida. Jesus Cristo, fazendo morada no crente, não só instrui o crente
relativamente à Tora, mas Ele cumpre essas instruções no crente. Ele ordena, e
então provê o poder para ser cumprido o mandamento.” (Lynn Ridenhour, in
Entrando na Aliança Renovada, no site http://www.greaterthings.com/Ridenhour).



A Aliança, então, é o casamento entre Deus e Seu Povo, enquanto que a
Torá é o contrato de casamento. Agora precisamos entender melhor o que é Torá.
Para isso, citarei outro teólogo cristão:

“Nunca foi pretendido que a relação de Israel com Deus fosse uma
questão privada entre eles e Deus. Israel foi chamado para morar naquele mundo
maior de tal modo que as pessoas fora da comunidade da fé pudessem ver como a
comunidade [de Deus] vivia sua vida transformada, e ver naquele estilo de vida o
caráter do Deus para o qual Israel estava respondendo. A Torá vivida como uma
resposta à Graça Divina era o testemunho de Israel para o mundo de um Deus que
estava disposto a entrar em relacionamento pessoal com os seres humanos.

“Então, o legislar de Israel era de um tipo diferente do que simplesmente
fazer leis. O fazer leis de Israel era uma aplicação dinâmica da Tora numa
comunidade de fé viva que responde a um Deus Vivo. ...A Torá de YHWH era o
fundamento do fazer lei, uma manifestação de Sua Graça; a Torá era a resposta de
Israel àquela Graça.

...

“A comunidade tinha que ensinar a Torá; quer dizer tinha que ensinar às
pessoas, especialmente às crianças, a história da formação da comunidade por um
Deus amoroso, para prover princípios e valores...

...

“Um coração voltado para Deus vai procurar aprender Torá como a
influência orientadora de Deus, a Luz de Deus brilhará no caminho da vida, e a voz
de Deus será ouvida...” (Dennis Bratcher, in Torá como Santificação: A “Lei” do
Velho Testamento como Resposta à Graça Divina, Um Estudo Apresentado à
Trigésima Reunião Anual da Sociedade Teológica Wesleyana, Dayton, Ohio, 5 de
novembro de 1994).

Com essas duas citações, nos foi possível perceber a relação direta que
existe entre a Aliança e a Torá. Precisamos, agora, encontrar na Bíblia o
fundamento para crer que a Aliança não seria revogada ou abolida:

“As obras das Suas mãos são verdade e juízo; fiéis todos os seus
preceitos. Permanecem firmes para todo o sempre; instituídos em verdade e retidão.
Enviou ao Seu povo a Redenção; estabeleceu para sempre a Sua Aliança; santo e
tremendo é o Seu Nome. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom
entendimento têm todos os que lhe obedecem...” – Sal. 111:7-10.

Neste texto bíblico Deus faz uma ligação teológica entre a Redenção, a
Aliança, os mandamentos (preceitos) e a obediência. Quais são os mandamentos a
que se refere o Salmo 111? Com certeza não são apenas os Dez Mandamentos,
porque a Aliança produziu um contrato, a Torá, e a Torá não contém apenas Dez
Mandamentos. Certamente estão incluídos aí os mandamentos de Deus para serem
observadas as Festas Anuais, porque a Redenção passada ocorreu pela libertação
de Israel do cativeiro do Egito na Páscoa. A Redenção presente, que é a libertação
do cativeiro sob o pecado foi trazida a nós por Cristo na Páscoa. Porém, a
Redenção futura, conforme o Apocalipse, ocorrerá em cumprimento dos tipos
proféticos das Festas do Outono porque são elas que apontam para o 2ª ADVENTO.
Se a Redenção passada foi a libertação do cativeiro físico e a Redenção presente é
a libertação do cativeiro espiritual ao pecado, então o que é a Redenção futura? A
Redenção futura é a libertação do cativeiro da morte, quando, então, todos
receberemos a Vida Eterna por ocasião do 2º Avento do Messias Jesus.



Embora a função sacrifical das festas anuais tenha sido cumprida em
definitivo por Cristo na cruz do Calvário e, embora a função profética das Festas da
Primavera tenha sido cumprida quando o tipo encontrou o antítipo em Cristo, a
função memorial dessas festas não foi abolida. Como o Apocalipse nos mostra que

o 2ª ADVENTO vai se cumprir no futuro, então, a função profética e a função
memorial das Festas do Outono ainda estão em vigência para a igreja hoje.
A obediência às ordenanças da Torá é requerida por Deus como sendo
aquilo que Ele quer de nós em resposta a Sua Graça Maravilhosa. Então não basta
guardar apenas os Dez Mandamentos ou o Sábado, “porque qualquer que guardar
toda a Torá, e tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos.“ – Tiago 2:10.

Essa é a fidelidade à Aliança requerida por Deus de Sua igreja, a qual
somo nós mesmos e não uma instituição denominacional registrada em cartório e
autorizada pelo governo a existir e a funcionar em todo o território nacional. A igreja
somos nós, os seres humanos individuais que aceitamos a Cristo como nosso
Salvador pessoal. Nós é quem devemos ser fiéis à Aliança e praticar as ordenanças
da Torá, mesmo que a instituição não seja fiel à Aliança. Isso inclui, é claro, celebrar
a função memorial das festas anuais, porque a função memorial é estatuto perpétuo(Deu. 6:20-25; Êxo. 12:13-14; Lev. 23:41), assim como o Sábado (Êxo. 31:16). Isso
é consequência de Deus ser sempre coerente consigo mesmo, como ensinam as
Escrituras:

“Porque Eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.” – Mal. 3:6.

“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudança.” - Tia.1:17.

“Não violarei a Minha Aliança, nem modificarei o que os Meus lábios
proferiram.” - Sal.89:34.

Leiamos outra explicação teológica sobre a Aliança:

“Não se trata de nova no sentido de outra, diferente, como uma leitura
apressada do texto pode dar a entender. Não há modificação da Aliança firmada por
Deus com os pais (entendendo-se aqui que o texto se refere à Aliança do Sinai, pela
mediação de Moisés); ela nem sequer é chamada de antiga. Trata-se da mesma
Aliança, única, eterna, fruto da iniciativa da Graça de Deus. Não se altera sua base,
que é o Amor salvador e perdoador de Deus. Nem se altera Seu conteúdo: trata-se
das mesmas leis, da mesma Torá, expressão da Vontade de Deus, que não muda.”
(Rev. Paulo Severino da Silva Filho, in Uma Nova Aliança – Meditação sobre
Jeremias 31:31-34. Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green
Simonton).

Aos poucos, alguns teólogos corajosos estão afirmando que Jesus não
extinguiu a Aliança de Deus com Seu povo, para fazer algo novo ou diferente. Não!
Jesus não veio abolir, porque Ele veio para cumprir e para dar maior luz sobre a
Aliança para que Seu povo não pereça por falta de conhecimento.

Para aumentar nosso conhecimento, a fim de não perecermos por falta
dele, devemos conhecer o sentido de “justificação” do ponto de vista bíblico. O
conceito de “justificação” de que falo é diferente do conceito de Lutero e que se



espalhou por todas as denominações cristãs. Leiamos a opinião de outro teólogo
cristão:

“A ‘justiça’ divina (que é a fidelidade de Deus à Aliança) enfaticamente não
é a mesma ‘justiça’ que seres humanos têm quando são declarados membros da
Aliança... Na corte de justiça hebraica, o juiz não dá, não concede, não imputa nem
transfere ‘sua própria justiça’ ao réu. Isso significaria que se considerou que o juiz
conduziu o caso imparcialmente, de acordo com a lei, puniu o pecado e vindicou os
inocentes indefesos. ‘Justificação’, é claro, não significa nada disso. ‘Justiça’ não é
uma qualidade ou substância que pode ser assim passada ou transferida do juiz
para o réu. A justiça do juiz é o próprio caráter, status e atividade do juiz e
demonstrada nessas várias coisas. A justiça dos réus é o status que eles possuem
quando a corte se decidiu em seu favor. Nada mais, nada menos. Quando
traduzimos estas categorias forenses de volta em seu contexto teológico, o da
Aliança, o ponto permanece fundamental: fidelidade Divina à Aliança não é a mesma
coisa que a participação [do homem] na Aliança. O fato da mesma palavra
(dikaiosyne) ser usada para ambas as idéias indica o relacionamento recíproco e
próximo entre elas, não sua igualdade.” (N. T. Wright, in Romanos e a Teologia de
Paulo, originalmente publicado em Pauline Theology, Volume III, ed. David M. Hay &

E. Elizabeth Johnson, 1995, 30-67, Minneapolis: Fortress).
A partir desse conceito, então, podemos perceber que o Tribunal de Deus
deve passar uma sentença favorável a nosso respeito. E essa sentença deve ser
expressada de forma a ficar evidente que somos fiéis na obediência a todos os
preceitos da Torá, que é o contrato da Aliança. Leiamos o que Moisés pede a Israel:

“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o
Senhor teu Deus se te ensinassem, para que cumprisses na terra a que passas a
possuir; para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e
mandamentos, que eu te ordeno, tu e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da
tua vida...”

“Será por nós justiça, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes
mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como nos tem ordenado.” – Deu. 6:1,
2 e 25.

Eis, aí, o motivo de Paulo haver falado sobre a necessidade de obediência
antes de falar sobre a justificação pela fé (Rom. 1:5), e também logo após haver
falado sobre ela, antes de concluir a carta aos crentes de Roma (Rom. 16:26). A
obediência é essencial para que o Tribunal de Deus nos dê uma sentença favorável,
declarando que fomos aceitos para participar da Aliança com Deus. E onde na Bíblia
posso encontrar essa declaração? Leiamos a Palavra do Senhor:

“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos
de Deus e têm a fé de Jesus.” – Apo. 14:12.

Portanto, o Apocalipse não está falando apenas dos Dez Mandamentos ou
daqueles que guardam o Sábado, “porque qualquer que guardar toda a Torá, e
tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos.“ – Tiago 2:10.

Nosso Sumo Sacerdote e Mediador Jesus Cristo não pode mentir. Então,
Ele não dará uma sentença favorável de participantes da Aliança para aqueles que
odeiam a Torá e não querem obedecer a todos os preceitos que Jesus não aboliu na
Cruz do Calvário. Isso porque a obediência é requerida por Deus como sendo nossa



resposta a Ele por Se haver revelado a nós e por nos haver concedido Sua Graça e
tão Grandiosa Redenção.

Agora, leiamos a opinião dos teólogos adventistas que prepararam a Lição
da Escola Sabatina do 1º trimestre de 1989:

“Quando o Senhor organizou a Israel como nação, no Sinai, Ele não
somente lhes entregou o Sábado, mas proveu também vários dias religiosos no
sistema cerimonial para manter bem vívidos na memória deles os Seus atos
salvíficos na história passada desse povo. Ao mesmo tempo, esses ritos
prefigurariam a salvação definitiva por meio do Messias vindouro.” – Levítico e Vida,
1989, pág. 82.

“Apocalipse 7:9 e 10 apresenta o Povo de Deus celebrando a Festa dos
Tabernáculos no Santuário Celestial, diante do Trono de Deus. Eles têm folhas de
palmeiras nas mãos – uma prática muito comum durante a celebração dessa festa.
Louvam a Deus pela maior de todas as bênçãos: a Salvação Eterna (verso 10)... e
eles podem celebrar a vitória do Cordeiro sobre as forças do mal.” – Levítico e Vida,
Lição da Escola Sabatina nº 373, 1º trimestre de 1989, pág. 91.

O que o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia tem a dizer sobre
isso?

“No Dia da Expiação, o povo devia afligir sua alma. Na Festa dos
Tabernáculos, devia regozijar-se. Era a ocasião mais feliz do ano... Neste sentido,
representava profeticamente o momento quando se realizará a grande colheita do
Povo de Deus...” – Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, Tomo I, pág. 820.

E o que Ellen White tem a dizer sobre isso?

“A Festa dos Tabernáculos não era apenas comemorativa, mas, também,
típica. Não somente apontava para a peregrinação no deserto, mas, como festa da
ceifa, celebrava a colheita dos frutos da terra, e indicava... o Grande Dia da Colheita
Final, em que o Senhor da seara enviará os Seus ceifeiros a ajuntar o joio em feixes
para o fogo, e a colher o trigo para o Seu Celeiro.” - Patriarcas e Profetas, pág. 579.

“Em cada época há novo desenvolvimento da Verdade, uma mensagem
de Deus para essa geração.” – Parábolas de Jesus, pág. 127.

“Bom seria que o Povo de Deus na atualidade tivesse uma Festa dos
Tabernáculos – uma jubilosa comemoração das bênçãos de Deus a eles. Assim
como os filhos de Israel celebravam o livramento que Deus operara a seus pais, e
sua miraculosa preservação por parte dEle durante suas jornadas depois de saírem
do Egito, devemos nós com gratidão recordar-nos dos vários meios que Ele ideou
para nos tirar do mundo, e das trevas do erro, para a preciosa Luz de Sua Graça e
Verdade.” – Patriarcas e Profetas, págs. 540 e 541.

O que está faltando, agora? Agora está faltando coragem para ensinar ao
Povo de Deus que não basta guardar os Dez Mandamentos e o Sábado. Também é
preciso guardar os outros itens da Aliança que não foram abolidos. E esses itens
estão todos registrados na Torá de Deus. Inclusive a necessidade de guardar a
Festas do Senhor de Lev. 23, excetuando-se os sacrifícios de animais, que na
Epístola aos Hebreus é demonstrado terem sido substituídos por um sacrifício mais



perfeito cujo efeito é eterno e suficiente, não necessitando ser repetido diariamente,
como eram os sacrifícios de animais. Aqueles sacrifícios não tinham poder para
purificar do pecado as nossas consciências, enquanto que o perfeito e eficaz
Sacrifício oferecido por Cristo, sim, tem poder para purificar nossas consciências de
todo o pecado. Amém! Também não é mais necessário ir a Jerusalém, para celebrar
as Festas do Senhor. Quando o Profeta Zacarias explicou que os povos e nações
deviam ir até Jerusalém para celebrar a Festa dos Tabernáculos (Zac. 14:16-19),
ainda existia o Templo terrestre. Agora, porém, não existe mais o Templo terrestre,
porque ele foi substituído por um Santuário Celestial, onde Jesus ministra em nosso
favor como Sumo Sacerdote duma ordem sacerdotal superior à ordem de Arão, que
é a ordem sacerdotal de Melquisedeque. Portanto, devemos celebrar as Festas do
Senhor em nossas próprias congregações.